Quando o sistema central da empresa não atende a uma necessidade específica de uma área de negócio — e não há flexibilidade para configurar ou ajustar a solução —, a alternativa mais comum é desenvolver camadas customizadas integradas ao sistema principal.
Essas soluções, criadas internamente ou por fornecedores contratados diretamente pela área demandante, muitas vezes utilizam plataformas low-code ou no-code para entrega rápida e eficiente.

Apesar da agilidade no curto prazo, quando observamos esse cenário sob uma ótica estratégica, percebemos que empresas de médio e grande porte frequentemente acumulam dezenas de aplicações paralelas. Isso gera três grandes desafios:

💰 1. Custo de manutenção elevado e disperso

Com diversas áreas contratando fornecedores diferentes e implementando soluções isoladas, os contratos de suporte se multiplicam, as tecnologias variam e as integrações são frágeis ou inexistentes.
O resultado: dados capturados fora de padrão, que não se comunicam e perdem valor estratégico.

🔐 2. Riscos cibernéticos crescentes

Criar aplicações funcionais nunca foi tão fácil. Mas criar soluções seguras, escaláveis e com controle de acesso robusto é um outro desafio.
Na pressa pela entrega e diante da falta de recursos técnicos, a segurança muitas vezes é negligenciada, abrindo brechas graves para vazamentos e incidentes.

🧩 3. Fragmentação de dados e perda de inteligência

Com a proliferação de sistemas, surgem bancos de dados em tecnologias distintas e sem padronização.
A ausência de documentação e diretrizes comuns impede comparações e análises confiáveis — os dados se tornam isolados e inúteis para gerar inteligência.

A ausência de funcionalidades no sistema central frequentemente leva as áreas de negócio a buscar soluções SaaS acessíveis, com baixo custo mensal e fácil contratação direta pelo departamento. Essas plataformas são visualmente atraentes, intuitivas e geralmente executam muito bem tarefas específicas.

Apesar do valor imediato que oferecem, há riscos e custos ocultos que precisam ser considerados:

⚙️ 1. trocas recorrentes 

Plataformas de prateleira costumam atender cerca de 70% a 80% das necessidades do negócio, e seus desejos não são necessariamente a prioridade no backlog do seu fornecedor.
À medida que o uso da ferramenta amadurece, os 20% não atendidos viram gargalos, dificultando o crescimento ou a eficiência.
Como resultado, é comum que essas soluções sejam substituídas em menos de três anos, iniciando novos ciclos dispendiosos de seleção, implantação e treinamento, e geralmente uma perda de dados importantes.

💸 2. Custo total mais alto do que parece

Somados, os licenciamentos de múltiplas aplicações periféricas podem representar uma fatia relevante do orçamento de TI ou do próprio departamento.
Além disso, há os custos indiretos: administração técnica, consultorias para ajustes ou integrações, e treinamentos contínuos.

🔗 3. Dados desconectados da estratégia da empresa

Por estarem isoladas, muitas dessas aplicações não se integram com os sistemas centrais — seja por limitação técnica ou por alto custo.
Isso gera fragmentação da informação e impede que os dados alimentem análises estratégicas ou iniciativas como inteligência artificial e automações em escala.